Acabei de descobrir nas livrarias o último livro de Daniel Goleman, autor do best-seller 'Inteligência Emocional' traduzido em 30 línguas e cinco milhões vendidos. O novo livro chama-se 'Inteligência Social', nome não muito diferente do primeiro, até porque é como que a sua continuação.
Podemos fazer mais e melhor para os nossos filhos crescerem felizes? Pode a influência de um professor ou de um líder dar aos cérebros de estudantes ou de trabalhadores a capacidade de atingir o seu rendimento óptimo? O que é que faz de um casamento uma sólida base de apoio mútuo? Um bom relacionamento pode proteger-nos das doenças? São algumas das perguntas de introdução do livro.
'Inteligência Social' apresenta-nos uma ciência emergente que revela perspectivas surpreendentes sobre o mundo interpessoal. A mais fundamental das descobertas é que fomos concebidos para conectar. A neurociência descobriu que a própria forma como o cérebro humano está estruturado o torna sociável, inexoravelmente atraído para uma íntima ligação cérebro a cérebro sempre que conhecemos outra pessoa.
No seu novo livro, Daniel Goleman diz que ser inteligente socialmente é essencial para o sucesso; e faz bem à saúde.
«A inteligência social traduz a capacidade para se ser inteligente nas relações, e isso divide-se em duas partes. Primeiro é preciso ter empatia, saber usar o nosso radar emocional para percebermos o que as outras pessoas estão a sentir e quais são as suas intenções. A segunda parte já envolve aptidões mais sociais -- é saber o que dizer e em que momentos, de modo a que as interacções com outras pessoas sejam efectivas e que ambas as partes recebam o que querem ou precisam. E atenção que isto não inclui a capacidade para manipular os outros. Isso não é inteligência social.»
Na página 397 do seu livro diz o autor: «A perturbação mata a aprendizagem. Uma descoberta clássica remonta a quase meio século, em 1960, quando Richard Alpert, na altura em Stanford, demonstrou experimentalmente o que todos os estudantes já sabiam: um alto nível de ansiedade mina a capacidade de enfrentar um exame.
Um estudo mais recente que envolveu estudantes universitários e um exame de Matemática mostrou que quando se dizia aos alunos que o teste servia apenas para treino, obtinham resultados 10% melhores do que quando pensavam fazer parte de uma equipa que dependia das notas deles para conseguir um prémio monetário -- sob pressão social, a memória de trabalho ficava diminuída. Curiosamente, o défice desta competência cognitiva tão elementar era maior nos alunos mais inteligentes.
Um grupo de rapazes e raparigas de dezasseis anos classificou-se entre os melhores 5% num teste a nível nacional cujo objectivo era determinar o potencial para a Matemática. Alguns tinham excelentes notas na disciplina, mas outros registavam regularmente maus resultados, a despeito da sua aptidão para a matéria.
A diferença crucial residia no facto de os "bons alunos" sentirem prazer cerca de 40% do tempo que passavam mergulhados no estudo -- contra 30% em que se sentiam ansiosos. Os "maus alunos", pelo contrário, só experimentavam um estado óptimo de satisfação 16% do tempo que passavam a estudar, e uma grande ansiedade durante 55% desse mesmo tempo.
Considerando o modo como as emoções afectam o desempenho, a tarefa emocional de professores e líderes é só uma: ajudar as pessoas a chegarem o mais perto possível do topo da curva em U invertido e manterem-se lá».